ALGUMAS PÁGINAS HISTÓRICAS DO CONCÍLIO VATICANO II - 3ª página
   Esquema sobre As Fontes da 
Revelação.
   "Não era difícil prever que o esquema sobre 
as fontes da Revelação seria seriamente mal conduzido. Seus adversários, tendo à 
frente o Padre Schillebeeckx e os bispos holandeses, estavam agitados contra ele 
havia mais de um mês. (...) Uma das maiores objeções era que o esquema falava 
não de uma fonte da Revelação, mas de duas. 
   No dia 14 de novembro, o Cardeal Ottaviani 
apresentou o esquema sobre as fontes da Revelação; era a primeira vez que ele se 
apresentava à aula, desde que, duas semanas antes, o Cardeal Alfrink  o 
reduzira ao silêncio. Ele elogiou o valor pastoral do esquema e recordou que o 
primeiro dever do pastor de almas era ensinar a verdade, que permanece imutável 
sempre e em toda a parte. Depois cedeu a palavra a Mons. Garofalo, igualmente 
bem conhecido por suas 
ALGUMAS PÁGINAS HISTÓRICAS DO CONCÍLIO VATICANO II - 1ª página
Observações preliminares dos vários posts 
sobre a assunto:
1 - Estas páginas serão extraídas do Livro "O 
RENO SE LANÇA NO TIBRE", escrito por Ralph Wiltgen S.B.D. 
2 - No prefácio de seu livro o autor assim se 
auto-apresenta: "Na minha qualidade de padre, jornalista poliglota e membro da 
Sociedade Missionária, Internacional e Inter-Racial Sociedade do Verbo Divino, 
tinha inúmeras ocasiões de entrar em contato direto com os Padres Conciliares. 
Eles não demoraram em descobrir a imparcialidade de meus noticiários, o que me 
permitiu obter informações de primeira mão, tanto da parte dos conservadores 
como dos liberais. De fato, as correntes minoritárias procuraram muitas vezes 
entrar em contato comigo e me forneceram informações com exclusividade. Para 
escrever a presente história tive acesso a todos os documentos oficiais 
comunicados aos Padres Conciliares, durante as quatro sessões. Além disso, pude 
tomar conhecimento de cartas particulares ou oficiais, das atas das sessões e de 
numerosos documentos difundidos pelas Conferências Episcopais. Minha permanência 
em Roma durante toda a redação desta obra revelou-se extremamente útil, pois me 
permitiu obter, depois do Concílio, informações suplementares". 
3 - Achei esta uma fonte muito segura, 
exatamente pela imparcialidade do autor, que, sendo padre, também tinha uma 
maior facilidade em conseguir as informações, sobretudo tendo em vista, que o 
Padres Conciliares discutiam as questões em latim. O Padre Ralph, talvez mais do 
que ninguém, tinha todas as condições para dar uma história exata do Concilio 
Vaticano II. É evidente que o ideal seria ler todo o livro. Mas, sabemos que nem 
todos têm condições de fazê-lo. Assim, no intuito de ajudar muitos pessoas, 
pensei em apresentar , pelo menos algumas páginas de tão precioso livro. 
4 - Depois, se Deus quiser, apresentarei 
algumas páginas dos próprios Documentos Conciliares. 
|  | 
| O Papa João XXIII que iniciou o 
Concílio Vaticano II. Era uma quinta-feira, 11 de outubro de 1962, festa da Maternidade Divina da Bem-Aventurada Virgem Maria. | 
   "Mons. Dante, Secretário da Congregação dos 
Ritos, se pronunciou com força contra o esquema sobre a liturgia. A legislação 
sobre o assunto, disse, deveria continuar como prerrogativa exclusiva da Santa 
Sé. O latim deveria continuar a ser a língua da liturgia e as línguas vulgares 
não deveriam ser usadas a não ser para as instruções e para certas orações. Sua 
intervenção foi apoiada por três outros membros da Cúria: o Cardeal Bacci, da 
Congregação dos Ritos, que era considerado o mais eminente latinista do 
Vaticano; Mons. Parente, Consultor da Congregação dos Ritos e primeiro assessor 
do Cardeal Ottaviani no Santo Ofício; e Mons. Staffa, Secretário da Congregação 
dos Seminários e Universidades. O Cardeal Siri, Arcebispo de Gênova, um dos 
chefes do movimento conservador, sugeriu a criação de uma Comissão Mista 
composta de membros das Comissões de Teologia e de Liturgia, com a incumbência 
de fazer a revisão de todo o esquema.
No dia 30 de outubro, dia seguinte a seu 72º aniversário, o Cardeal Ottaviani interveio para protestar contra as modificações radicais a que se estava propondo submeter a Missa. "Estamos procurando suscitar o espanto, até o escândalo no povo cristão, introduzindo modificações em um rito tão venerável que foi aprovado através de tantos séculos e que continua sendo tão familiar? Não está certo tratar o rito da Santa Missa como se fosse um pedaço de pano que se submete à moda, segundo a fantasia de cada geração". Falando sem ler; em razão de sua cegueira parcial, ele ultrapassou os dez minutos a que se tinha pedido que todos se limitassem. O Cardeal Tisserant, decano dos Presidentes do Concílio, mostrou seu relógio ao Cardeal Alflink que presidia a sessão. Quando o Cardeal completou quinze minutos com a palavra, o Cardeal Alflink tocou a sineta. Mas o orador estava tão empolgado com o assunto que não a escutou - a não ser que a tenha deliberadamente ignorado. A um sinal do Cardeal Alflink, um técnico desligou o microfone. O Cardeal Ottaviani verificou o fato apalpando seu microfone, e humilhado teve que voltar a seu lugar. O mais poderoso Cardeal da Cúria tinha sido reduzido ao silêncio e os Padres Conciliares aplaudiram com alegria.
Repetidas vezes os oradores seguintes pediram que o texto integral do esquema sobre a liturgia fosse distribuído aos Padres Conciliares como sugerira o Cardeal Frings. Estava generalizada a impressão de que altas influências, agindo por trás dos bastidores, eram responsáveis pela redução do texto original. Finalmente a situação foi esclarecida pelo Cardeal Confalonieri, membro da Cúria e presidente da subcomissão de emendas, seção da Comissão Central Pré-Conciliar a quem todos os projetos tinham que ser submetidos. No dia 5 de novembro, ele anunciou aos Padres Conciliares que sua subcomissão era a única responsável pelas modificações levadas a efeito.
Esta declaração pública foi considerada como um novo triunfo para os liberais. Ela foi seguida de um outro triunfo ainda mais impressionante: a reinclusão da maior parte dos trechos - inclusive as "Declarações" - que tinham sido cortadas do projeto original".
No dia 30 de outubro, dia seguinte a seu 72º aniversário, o Cardeal Ottaviani interveio para protestar contra as modificações radicais a que se estava propondo submeter a Missa. "Estamos procurando suscitar o espanto, até o escândalo no povo cristão, introduzindo modificações em um rito tão venerável que foi aprovado através de tantos séculos e que continua sendo tão familiar? Não está certo tratar o rito da Santa Missa como se fosse um pedaço de pano que se submete à moda, segundo a fantasia de cada geração". Falando sem ler; em razão de sua cegueira parcial, ele ultrapassou os dez minutos a que se tinha pedido que todos se limitassem. O Cardeal Tisserant, decano dos Presidentes do Concílio, mostrou seu relógio ao Cardeal Alflink que presidia a sessão. Quando o Cardeal completou quinze minutos com a palavra, o Cardeal Alflink tocou a sineta. Mas o orador estava tão empolgado com o assunto que não a escutou - a não ser que a tenha deliberadamente ignorado. A um sinal do Cardeal Alflink, um técnico desligou o microfone. O Cardeal Ottaviani verificou o fato apalpando seu microfone, e humilhado teve que voltar a seu lugar. O mais poderoso Cardeal da Cúria tinha sido reduzido ao silêncio e os Padres Conciliares aplaudiram com alegria.
Repetidas vezes os oradores seguintes pediram que o texto integral do esquema sobre a liturgia fosse distribuído aos Padres Conciliares como sugerira o Cardeal Frings. Estava generalizada a impressão de que altas influências, agindo por trás dos bastidores, eram responsáveis pela redução do texto original. Finalmente a situação foi esclarecida pelo Cardeal Confalonieri, membro da Cúria e presidente da subcomissão de emendas, seção da Comissão Central Pré-Conciliar a quem todos os projetos tinham que ser submetidos. No dia 5 de novembro, ele anunciou aos Padres Conciliares que sua subcomissão era a única responsável pelas modificações levadas a efeito.
Esta declaração pública foi considerada como um novo triunfo para os liberais. Ela foi seguida de um outro triunfo ainda mais impressionante: a reinclusão da maior parte dos trechos - inclusive as "Declarações" - que tinham sido cortadas do projeto original".
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Páginas Históricas do Concilio Vaticano II - ( 13ª )
N.B. Continuaremos a extrair do Livro "O 
RENO SE LANÇA NO TIBRE" (Autor: Ralph Wiltgen S.V.D.) "As Páginas Históricas do 
Concílio Vaticano II". Tínhamos parado na 12ª. 
   "O Cardeal Alfrink, Arcebispo de Utrecht, 
falando em nome dos bispos holandeses, observou que, se a colegialidade era um 
direito divino, seguia-se que o Colégio Episcopal tinha precedência sobre a 
Cúria, e que esta não tinha o direito de se interpor entre o Papa e os 
bispos...
   "O Cardeal Spellman, Arcebispo de Nova 
Iorque, chamou a atenção para as interpretações dos debates conciliares. 
frequentemente falaciosas e nefastas ao bem das almas, que artigos de jornais ou 
de periódicos forneciam. 'A autoridade do Papa é plena e suprema', disse. 'Não é 
nem necessário nem essencial que ele a partilhe com os bispos, mas ele poderia 
fazê-lo se lhe agradasse'. Sendo a Cúria Romana, de fato, instrumento executivo 
do Papa, só ele é competente para julgá-la e reformá-la. Segundo o Cardeal, 'ele 
já mostrou intenção de fazer isto'. ...
   "Sua Beatitude Ignace Pierre XVI, Patriarca 
Armênio de Cilícia, residente em Beirute, exortou os Padres Conciliares 'a serem 
objetivos e calmos na apresentação das observações que tinham a fazer, sobre a 
forma atual da administração da Igreja, a não perder de vista os méritos dos 
colaboradores do Sumo Pontífice e a tomar cuidado para evitar todo 
escândalo'...
   "O público teve certa dificuldade para 
compreender como podia acontecer que os bispos criticassem de modo tão acerbo a 
Cúria Romana, que durante tantos decênios, gerações e séculos, tinha prestado 
tantos serviços a esses mesmos bispos, ao Papa e à Igreja". 

 

